Já discorri um pouco sobre a síndrome de Down e sobre as características físicas da criança com síndrome de Down. Agora chegou a hora de começar a contar para vocês um pouco do desenvolvimento de Lucas.
Como já disse anteriormente, eu pouco sabia (ou melhor, quase nada) sobre a síndrome de Down e quando meu filho nasceu, uma chuva (tempestade) de informações tomou conta da minha vida e dos meus dias. No início não foi nada fácil entrar nesse novo mundo, mas hoje as coisas estão bem mais tranquilas em meu coração e em minha cabeça.
Mas, vamos lá: ainda na maternidade, eu ficava pensando "era pra ser meu segundo filho, mas esse é com certeza o meu segundo primeiro filho". Sim, isso mesmo, porque eu me sentia exatamente como uma marinheira de primeira viagem... Durante a gravidez, eu me sentia super segura, sabia que seria mais fácil porque já tinha passado por essa linda experiência de ser mãe de recém nascido e acredito que eu tenha "tirado uma nota boa". Então, sabia que Lucas chegava para pais muito mais experientes e tranquilos do que os que receberam Mateus.
Mas, o que aconteceu não foi exatamente isso. Tive que conhecer muitas novidades e fiquei um pouco aflita. Tinha muito medo de perder o meu bebê. Até então, das poucas coisas que eu sabia era que os portadores da síndrome de Down não viviam por muito tempo... Então, a tristeza tomou conta de mim por um bom período.
Pra piorar tudo, com uma semana de nascido, em nossa primeira visita à pediatra, dra. Romilda, Lucas tinha perdido peso... e isso nos deixou muito apreensivos. Além disso, o meu leite parecia que ia secar, por conta da hipotonia, Lucas não sugava bem o meu seio e a produção estava diminuindo consideravelmente.
E aí uma nova luta começava.... complementação da alimentação com leite artificial, ou seja, Lucas mamava no peito e algumas vezes complementávamos com a mamadeira e outras vezes conseguíamos alimentá-lo com o leite materno e com o artificial ao mesmo tempo através de uma sonda, o que ajudava a estimular a minha produção de leite.
Acordávamos a cada três horas para que ele se alimentasse, mas o meu bebêzinho era bem dorminhoco e isso dava um trabalhão... precisávamos adotar alguns artifícios para mantê-lo acordado e sugando. Toda semana durante quase dois meses íamos ao consultório da pediatra para pesá-lo.
E mais, depois de vinte dias de nascido, Lucas pegou uma gripe... e lá fomos para a emergência do hospital Aliança... e a pediatra (que é a mesma) nos recomendou iniciar uma série de sessões de fisioterapia respiratória, pensando em não precisar medicar ou até mesmo internar o meu bebê. Foi uma noite bem movimentada.
No outro dia (um domingo) liguei para a fisioterapeuta, Cátia Negrão, e ao final do dia, ela foi ver o meu pequeno. E confirmou que o quadro realmente precisava da manipulação. Eu não sei se vocês sabem, mas a fisioterapia respiratória é uma ótima terapia para limpar os pulmões (já tinha passado por isso com Mateus, quando ele tinha 1 ano e meio), mas é horrível! O resultado é fantástico, mas o durante... um sofrimento.
Cátia manipulava e ficava me observando, checando as minhas reações. Desde esse dia, Lucas começou também alguns movimentos da fisioterapia motora, a chamada estimulação precoce.
Cátia veio durante seis dias para fazer a fisioterapia respiratória e duas vezes na semana fez a motora e me orientava sobre movimentos e formas de estimular Luquinha.
Depois desses seis dias, Lucas estava curado da gripe. A fisioterapia teve um resultado muito bom. Ah, e a amamentação também teve o seu lugar. Durante esse período insisti ainda mais que ele mamasse bastante. Depois de dois meses, o meu leite voltou com força total e Lucas aumentou de peso, mas ainda não o suficiente segundo a pediatra. Mas, está ótimo. Meu filho é muito forte (assim como o irmão). E muito feliz!
E já que tínhamos iniciado a estimulação precoce, demos sequência, fazendo duas vezes por semana com a fisioterapeuta e sozinha, eu tentava seguir as orientações que me eram transmitidas.
Cátia é uma excelente profissional, mas acima de tudo uma mãe muito amorosa e uma pessoa muito paciente, dedicada, carinhosa. Não só com Lucas, mas com a mãe de Lucas também. Nós conversávamos muito e ela me ajudou demais a entender muitas coisas da síndrome. Me ajudou demais trazendo outras experiências e simplesmente me ouvindo. Me acalmando em minhas dúvidas e me orientando sempre.
Eu até mesmo me ouso dizer que com essa convivência, nasceu uma amizade muito legal entre nós duas. Cátia é uma pessoa muito especial e apaixonada pelo meu filhote e ele, como não poderia ser diferente com tanto carinho e dedicação, vem se desenvolvendo muito bem!
Lucas já quase consegue sustentar bem o pescocinho, e na posição deitado de bruços sustenta o corpo com as mãos para olhar ao redor. Está a cada dia mais esperto. Aliás, ele é bem curioso e atento a tudo que acontece em seu meio. Escuta bem, reconhece as vozes da mamãe, do papai, da babá e principalmente a do irmão querido e barulhento.
Mateus é um grande aliado e como bem disse Cátia, é o parâmetro de normalidade que Lucas buscará seguir. Aliás, sabe aquilo que eu disse antes sobre ser o meu "segundo primeiro filho"? Isso se desfez rapidamente dos meus pensamentos, porque Lucas é um bebê como outro qualquer e ao contrário do que eu pensava, os cuidados são os mesmos de qualquer bebê e Mateus foi uma excelente escola para mim. Os cuidados que eu tenho com Lucas são os mesmos que eu tinha com Mateus e a educação que dou para um será a mesma que darei para o outro, porque eles são meus filhos e eu os amo com a mesma intensidade!
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Parabéns, você é uma Mãe maravilhosa. E sabe, acho que a frase "Nao existe crianças especiais, existem Maes especiais", se encaixa perfeitamente á você. Deus viu que você conseguiria e por isso te deu dois filhos lindos. Que Deus abençõe vocês :)
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