quarta-feira, 20 de julho de 2016

Amizade



Há três anos eu escrevi sobre um amigo de Mateus (aqui), em homenagem ao dia do amigo. Hoje, 20 de julho de 2016, dia do amigo, quero falar de uma amizade que nasceu no ano passado. A amizade entre Lucas e Gui. Interessante é que o vínculo de amizade entre Mateus e Dudu aconteceu no mesmo período de Lucas e Gui – entre 4 e 5 anos.

Gui é o apelido de Guilherme Cruz, que chegou à turma da escola de Lucas no ano passado, Grupo 3, segundo ano de Lucas por lá. No grupo 2, as crianças ainda eram muito pequenas e a adaptação ao novo ambiente ainda era motivo de tensão para todos, inclusive para mim! Já no grupo 3, aquele ambiente se tornou um conhecido e muitos daqueles colegas também. Outros novos se juntaram àquela turma linda e um deles foi Gui, filho de Luciana, pessoa linda que tive o prazer de conhecer e que tenho a satisfação em conviver. Vou contar por que! 

No início do ano passado, do grupo 3, além da chegada das crianças novas, tinha também uma professora nova (e linda!) com uma equipe nova em uma sala nova para as crianças se adaptarem. E olha que de alguma forma, elas conhecem bem aquele espaço! Logo no primeiro dia, Lucas ficou ótimo, nem ligou para a minha presença e foi brincar no parque! Mas, ele ainda não tinha atentado para a sala nova e a pró nova... Ele ficou tão feliz em rever os amigos que nem bola me deu. E eu saí. Livre e arrasada, porque tinha tirado uns dias de férias do trabalho para acompanhar a adaptação dele, mas nem precisou. Tanta liberdade assim me arrasou... Não fazia ideia de onde eu devia ir! Fiquei perdida! Mas, confesso que me adaptei rápido e aproveitei aquele momento também!

A professora do grupo 3 era um doce (na verdade, ela é!) e rapidamente conquistou a turma. Mas, tinham uns pequenos precisando de atenção extra, já que estavam começando a frequentar o ambiente escolar. Guilherme era um desses novos e deu um trabalhinho naquele momento (como a maioria das crianças). Por isso, a história de Gui e Lulu se inicia mesmo já no segundo semestre do ano passado. Mas, é uma história tão linda e que só traz momentos fofos desses dois meninos que abraçam o mundo e as novas descobertas com uma alegria inspiradora! E eu de cá fico babando... Admirando tanto... Numa alegria que não tem tamanho! Lulu e Gui interagem de uma maneira tão linda que faz a gente se emocionar a cada novo episódio.

Lá em casa nunca tivemos restrição em deixar Mateus ir brincar na casa dos amigos, nós também recebemos os amigos dele com muita alegria. É sempre uma farra! E desde 2013 que sempre tem um colega de Mateus por lá ou então Mateus nem volta da escola porque vai passar a tarde com um amigo, etc. Esse comportamento é bem comum entre as crianças da turma dele. Mas, Lucas só ficava olhando. Era muito pequeno ainda para esse tipo de aventura! Mas, isso acabou! 2016 foi o ano que Lucas iniciou suas farras em casas de amigos. E eu numa felicidade e orgulho que vocês não imaginam.

E Gui foi o primeiro colega que levou Lucas. Aí, eu vou contar uma coisa. Na primeira vez que Luciana me pediu para Lucas ir almoçar e passar a tarde com eles, fiquei com uma dúvida danada. Lucas é bem tranquilo, super resolvido e apesar de não falar direito, se comunica muito bem com todos. Isso era bem fácil em casa e também na escola, na casa dos avós, tios. Mas, e na casa de um colega, como seria? 

Em um primeiro momento, pensei em mandá-lo para a casa de Gui acompanhado de Lúcia, sua fiel escudeira, mas Luciana foi bem tranquila em me dizer que daria conta dos dois. Tranquila e LINDA... Lú é linda demais. Ela não pensou duas vezes, mesmo quando eu questionei, em levar Lucas sozinho com ela. Desculpem, mas eu quase chorei... Senti um amor tão grande dentro de mim... Sinceramente, não sei se eu mesma teria tanta tranquilidade em levar um amigo de meu filho para casa sabendo que algumas questões de autonomia e comunicação ainda não são bem estruturadas... Não sinto vergonha em assumir isso. E entendo perfeitamente quando as mães de outros colegas me perguntam se precisa de acompanhante. Já que aprendi, digo que não e ao final do dia elas sempre reportam que Lucas foi ótimo!


A farra começa no carro, a caminho da casa de Gui

Essa postura de Lú foi libertadora e um grande obstáculo vencido. Para mim, principalmente. Porque para Lucas não havia obstáculo. Ao final daquele dia, Lú me contou que a tarde foi ótima. Que Lucas comeu sozinho, se comunicou muito bem todas as vezes que precisou (banheiro, água, por exemplo) e que ele e Gui brincaram muito!
E continua na casa de Gui!

Lú é também, além de mãe de Gui e outras coisas, uma das sócias de uma “casa de brincadeiras” chamada Malubambu (amamos!). Um lugar em que Lucas é muito feliz! Por isso, eles criaram uma intimidade ainda maior. Lucas é frequentador da casa e muitas vezes depois da tarde na casa de Gui, encerram o dia por lá. Ah, Gui também já foi em nossa casa e agora, esporadicamente, participará das sessões de fono com Lucas (já foi uma vez e já temos outra agendada). Um parceiro e tanto. É uma amizade que emociona. Uma amizade que eu espero que seja para a vida toda, mas se não for, em virtude dos caminhos de cada um, eu preciso dizer que sou muito grata pelo amor sincero que Luciana, Gui e toda a família deles têm por meu filhote. Já foi convidado até para passar a tarde na casa da vovó de Gui!
Brincando juntos na Malubambu

Qualquer alegria é pequena junto deles!

Gui é um excelente motivador!

É disso que precisamos... Amizades sinceras e leves. Pessoas que estão por perto simplesmente porque gostam de estar. E é por isso que estamos juntos também. Porque somos cheios de amor por eles... 

Obrigada e Feliz dia do Amigo para todos!

Gui prestigiando o amigo na exposição de março.


Nós quatro no carnaval na ilha - momentos felizes!

Aniversário de Lucas na Malubambu


Quem resiste a esses olhares?








terça-feira, 19 de julho de 2016

Alimentação



Arroz, ferro, mamão... Essas foram as primeiras restrições alimentares as quais fomos apresentados, ainda na primeira consulta com Dr. Zan, em outubro de 2011!Mas, esperem! Eu acabei escrevendo aqui que crianças com síndrome de Down não podiam comer tais alimentos... E tantas mães ficaram preocupadas porque os ofereciam aos seus filhos. 

Eu mesma, por iniciativa própria, aos seis meses de Lucas, introduzi o mamão. Exatamente como fiz com Mateus. E o ferro? Todo pediatra receita ferro quando o bebê deixa de ser alimentado somente com o leite materno. E arroz? Alimento que faz parte da rotina da maioria das mesas brasileiras...É isso... Eu escrevi e simplesmente sumi! E essa foi uma atitude extremamente irresponsável minha. Algumas mães até hoje me perguntam sobre isso...

Vou tentar explicar aqui, mas não deixem de considerar que cada pessoa tem uma reação diferente, independente do número de cromossomos! É importante conversar com os especialistas e analisar cada caso individualmente.

Sobre o mamão, Dr. Zan não me trouxe nenhuma explicação teórica. Eu levei a queixa de que Lucas estava mais constipado (situação comum em crianças com sd por causa da hipotonia) do que antes e de imediato ele me perguntou se Lucas comia mamão. Eu respondi afirmativamente e ele me mandou suspender. Disse que não tinha uma explicação exata, mas que em ALGUMAS crianças com síndrome de Down, o mamão tinha um efeito reverso... Depois disso, algumas mães baianas que estiveram com o médico me relataram o mesmo problema. E, de fato, Lucas melhorou depois que eu excluí o mamão da dieta dele. Até hoje não come (e nem quer!).

Já o arroz também não é um alimento proibido... Eu de fato não dou arroz para Lucas, porque como ele não se adaptou, nós priorizamos legumes e verduras... A situação é a seguinte: segundo especialistas, o arroz atrapalha a absorção do zinco pelo organismo, que é um mineral importante na prevenção do envelhecimento precoce. Por isso, o  arroz pode ser consumido sim, mas deve-se evitar consumir junto com alimentos ricos em zinco (alguns tipos de peixe, por exemplo). Mas, como diante das dúvidas, não sabíamos exatamente como proceder, extinguimos o arroz da alimentação de Lucas, considerando que em valor nutricional, pouca falta ele faria, já que oferecíamos outros alimentos ricos em fibras, por exemplo.O resultado disso é que Lucas não faz a mínima questão de comer arroz! 

Mas, e aí, Vaneska, o que é que Lucas come? Lucas tem uma alimentação bem organizada, mas é bem resistente a novos alimentos. Não gosta de frutas, mas ama sucos de frutas, então nós apostamos nisso. No lanche da escola, normalmente mandamos alguns biscoitos (nada de recheados) naturais, iogurtes, excepcionalmente bolo, pãezinhos, biscoito avoador. E sempre a garrafa com suco. Fruta somente no lanche coletivo, porque com a turma ele se arrisca! No almoço (e repetindo na janta) Lucas come feijão, legumes cozidos no vapor, purês (abóbora, batata, banana da terra, alternadamente) e uma proteína (peixe três vezes na semana). De manhã, antes de ir para a escola, tanto ele quanto Mateus gostam de vitamina de banana. É o único momento que consome leite (e sem lactose), mesmo sem nenhuma intolerância ou alergia diagnosticada. Ah, também oferecemos oleaginosas diariamente. E mesmo que ele negue as frutas, elas são oferecidas também. Aproveitando a presença do irmão que, em alguns momentos, ajuda muito!

Sobre o ferro, naquela época (Lucas tinha seis meses) e considerando os resultados dos exames, dr. Zan não indicou, mas, confesso que não lembro o motivo exato. Lembro dele ter dito que não era indicado. Hoje penso que pode ter sido apenas devido aos resultados de seus exames, todos normais. Porque não acredito que ele desaconselhasse a suplementação no caso de uma criança com anemia, por exemplo. Prometo que da próxima vez que o encontrar, conversarei melhor sobre o assunto.
 
A gente tenta proporcionar uma alimentação saudável em casa que é seguida por todos. Acreditamos que ela é a base de um bom desenvolvimento físico e cognitivo. Tudo com leveza, sem rigidez.

Recalculando Rota*

A ideia de escrever esse texto surge de uma necessidade absurda de expressar a minha gratidão. Sim, esse é o sentimento mais marcante dessa...