segunda-feira, 14 de abril de 2014

Três anos!!!

Três anos, caramba, três anos de Mêlouro... Foi rápido mesmo! Ainda mais com rotinas tão intensas! Em alguns momentos, a vontade era que o dia tivesse uma horinha a mais, mas faria uso dela com os meus amores. Ah, com certeza!

E então é isso. São três anos de Lucas, três anos intensos. Três anos em que eu acho que amadureci o dobro! É impressionante. Digo isso não só em relação aos meus filhos, mas em relação ao meu olhar para o mundo. Meu olhar é muito diferente do que era, mais atencioso, mais detalhista, com muito mais empatia na minha vida. Porque depois de ter filhos, eu comecei a olhar para os outros de uma forma diferente. Eu confesso! Sem vergonha nenhuma. Sinto muito orgulho da pessoa em que me transformei depois de ser mãe.

Mas, não é só isso. Ser uma mãe especial me transformou ainda mais. E eu já escrevi que ser mãe especial me fez enxergar o mundo e as pessoas sob novas perspectivas. Ser uma mãe especial mudou a minha forma de viver, transformou substancialmente a valorização que eu dava a determinadas situações! Tenho ainda mais orgulho disso.

A vida que poderia ter se tornado um caos, um desespero, se tornou ainda mais leve! Eu poderia ter me tornado uma vítima da vida, mas me transformei em uma guerreira, me sinto forte! E confirmar que ao meu lado tem um pai maravilhoso só fez o meu amor e admiração por ele aumentarem ainda mais. É isso. E é assim que eu gostaria que as pessoas que recebem um "diagnóstico" como o meu se sentissem.

Alguns se aproximam para dizer que eu nem imagino as dificuldades que terei quando meu filho crescer. Não sei... Mas, imaginando as dificuldades que eu pensei que teria quando ele nasceu e como as coisas se ajustaram, eu penso que as coisas se tornam mais difíceis na medida em que a gente dificulta elas. E Lucas, meu iluminado, só tem facilitado a minha vida, principalmente quando ele abre aquele sorriso lindo e cheio de ternura. Ele enche minha vida de amor quando me abraça forte, cheio de carinho e afabilidade. Meu Lucas transformou a minha vida e transforma a de muitos a sua volta. Ele nasceu para isso. Eu sei.

Obrigada, Mêlouro, por trazer ainda mais felicidade para as nossas vidas!

E tem como não se derreter com um sorriso desses?

quarta-feira, 2 de abril de 2014

21 de março de 2014

Esse é o terceiro ano em que o dia 21 de março movimenta a minha vida de uma maneira sublime e diferente! Movimenta e transforma!

Desde o ano passado, quando Lucas já estava um pouco maior, que eu e as minhas amigas nos juntamos para pensar e idealizar formas de divulgar esse dia tão importante para as pessoas com síndrome de Down e suas famílias.

Um dia desses, eu li um texto com o título “comemorar ou lamentar” que me fez refletir um pouco sobre o que eu penso, em como eu vivo. Cheguei à conclusão que o dia 21 de março é dia para se comemorar sim, dia de chamar a atenção, um dia marcado para mostrar a importância de incluir, de respeitar, de conviver com a diferença. Como bem escreveu uma amiga, para nós, pais, todo dia é dia dos nossos filhos, mas o dia 21 de março é o dia da síndrome de Down para o mundo. Para ecoar ainda mais alto a nossa voz!

Bom, depois de me tornar mãe, eu me transformei, aprendi muito mais sobre mim mesma, comecei uma vida tão diferente de tudo que já havia vivido antes. Mas, me tornar uma mãe "especial" mudou a minha vida. Mudou meu caminho. É isso. Se já não era como antes, hoje eu me sinto ainda mais diferente... Tive a oportunidade de enxergar a vida de outro ângulo. Sob novas perspectivas.

E eu vivo todas as belezas desse rumo inesperado de uma forma leve, tentando conscientizar as pessoas que me cercam que sim, é diferente, mas “e daí... que diferença faz?”. A rotina das terapias não é nada fácil, mas não precisa ser ruim, né?!

Então, agora vamos lá! Desde janeiro que eu e Débora começamos a pensar no que faríamos para comemorar o dia 21 de março. E em uma longa caminhada em direção ao Bonfim (isso mesmo, foi durante a lavagem do Bonfim que nós começamos a planejar!) a gente idealizou tantas coisas, imaginou tantos cenários, miramos as estrelas! Sim, foi isso mesmo. A gente sonha alto... Mas, "ser mais do mesmo o tempo todo não é tão legal?".

Depois da caminhada, de férias merecidas, convocamos o nosso grupo, um tal "G7", denominação criada carinhosamente por Sheila Araújo, terapeuta ocupacional de alguns dos filhos do grupo para simplificar nas conversas ao se referir a essas sete mães que se uniram em um momento tão oportuno. Tão diferentes e tão iguais ao mesmo tempo.

Enfim, caminhos escolhidos, objetivos definidos, fomos nós. E mobilizamos algumas ações que resultaram em trabalhos lindos, como a exposição de fotos com os jogadores dos dois maiores times (e rivais) da Bahia - a dupla BAVI. Enfrentamos algumas situações desconfortáveis, mas que serviram para nos unir e fortalecer ainda mais! Um papo sobre um movimento paralelo, que nem tinha sido idealizado ainda, fez com que a gente pensasse em como nos mobilizar e, dessa vez, sozinhas. Mas, não estávamos sozinhas. Porque estamos sempre juntas, uma colaborando com a outra, completando o pensamento, conversando, criando, vibrando, chorando, rindo, surtando juntas! E, me desculpem, mas afinidade é um presente divino para seguir em frente!



E foi assim que em um papo com Marcelo, conversei sobre a música Ser diferente é normal” e em como seria interessante se o grupo Canela Fina gravasse a música com arranjos que só eles poderiam criar. E ele me responde que se o grupo topar, seria um sucesso. Pronto, me estimulou, já viu... Conversei primeiro com Kamile (guitarrista do grupo) por mensagem em facebook, sem comunicar às meninas, esperando a resposta e ela topou na hora (depois me confidenciou que também não tinha comunicado ao grupo) e aí corremos para realizar o nosso projeto. O tempo foi tão corrido, contatamos estúdio, e depois de muitas negativas, fomos acolhidos por Ruth Buarque, assessora da Pracatum – podia ser melhor?! Nunca! Foi lindo de viver! E mesmo depois de um dia de trabalho, passar aquelas seis horas à noite em um estúdio acompanhando a gravação foi muito bacana! Sem falar, que depois de sair do estúdio, mais de meia noite, corremos para levar o material para o editor! Cansadas, mas eufóricas e felizes! A gente ainda não tinha nem noção do que viria pela frente! Foi difícil dormir naqueles dias!



Bom, no total foram três noites sem dormir, acompanhando a gravação e a edição do vídeo, mas fazia tempo que eu não me sentia tão feliz em fazer um trabalho. Ah, gente, amor é tudo!



Contatos com emissoras de televisão e um apoio magnífico da Rede Bahia nos fizeram ainda mais felizes! Quem viu o videoclipe com certeza concorda que ficou maravilhoso! Música linda com arranjos singulares, cantado por vozes maravilhosas, com imagens emocionantes de nossas crianças, que estavam ali representando as pessoas com síndrome de Down... Exibido em todas as edições dos jornais locais da Rede Bahia – foi fantástico! A repercussão foi maravilhosa!

Para completar, no clássico BAxVI, os meninos entraram com os jogadores dos times e nós pudemos ver no telão o nosso vídeo lindo sendo exibido na Arena Fonte Nova! Emoção pura!




Até hoje ainda estou aqui refletindo, pensando em nossos erros, em como fazer melhor, em como garantir a participação de todos, pensando nas parcerias firmadas e nas outras que estão por vir e de uma coisa eu tenho certeza: é só o começo! E isso está me realizando de uma forma tão boa, tão feliz...

Visitando a exposição no shopping, no último sábado, tive o prazer de encontrar três mamães lindas, com seus filhos mais lindos ainda e tive a certeza de que conseguimos sim (mesmo que algumas pessoas pensem que essa movimentação não é válida) alcançar o nosso objetivo: eu vi, nos olhos delas, orgulho em desfilar com seus filhos, eu vi nos olhos delas a satisfação por encontrar acolhimento e compreensão. Eu fiquei feliz demais. Não poderia ser melhor!







Agora é hora de agradecer! Agradecimentos mais do que especiais: ao Esporte Clube Vitória, ao Esporte Clube Bahia, aos fotógrafos Betina Valente e Marcelo Tanajura, ao grupo Canela Fina (sou fã demais!), à Pracatum – PC e Ruth, vocês foram perfeitos, a Fredshon, André Carvalho, Ivo Xavier, à Arena Fonte Nova, à Sudesb, ao Shopping Barra, à Rede Bahia (incríveis!), à Ser Down, Leonardo Sahade e, principalmente, às famílias que participaram diretamente (mesmo os que não foram). Além deles, quero agradecer a minhas amigas maravilhosas que estão comigo em qualquer parada e que fizeram isso tudo acontecer (“G7”) e, finalmente, àquelas crianças lindas que abrilhantam as nossas vidas nos fazendo lembrar que “ser diferente é normal!”

Além disso, ainda tivemos um momento muito bacana com Teca do site Pinguinho de Tinta! E ela fez uma homenagem muito linda no blog "Pinguinho de Tinta". Teca, você é show! Do nosso time, total!

As fotos ficarão expostas até o dia 04/04 no piso L4 do shopping Barra, está lindo demais! Pura emoção! E se ainda não assistiu ao clipe? Está lindo demais! Acesse aqui e se emocione com uma música linda gravada por um grupo maravilhoso (vou confessar: eu vibro mais nos shows do Canela Fina do que as crianças - ADORO).

E, porque nós somos sete e sete é um número cabalístico, abaixo o registro de um dia mágico para todas nós. Amo essas mulheres! Estar com vocês é sempre muito bom, vocês me completam! Amo todas!





Recalculando Rota*

A ideia de escrever esse texto surge de uma necessidade absurda de expressar a minha gratidão. Sim, esse é o sentimento mais marcante dessa...