sábado, 10 de maio de 2014

Mãe...

Passei uma semana sensível... Pensando em mim, em minha atuação como mãe. Pensando no antes. Lembrando como era a minha vida antes de me tornar mãe. E confesso que não lembrei exatamente como era a minha vida! São apenas seis anos... Tão intensos! Fiquei feliz! Muito feliz por perceber que eu não lembro mais como era antes, sem minha patota... Parece que sempre estiveram aqui! Tão bom...

Porque ser mãe não é uma escolha simples. Mas, quando a gente escolhe, nem imagina isso. Não! A gente não faz ideia do que vai sentir... É algo inexplicável... Sem medidas, incondicional. Mas, falar assim não explica também. Só vivendo... Só embarcando nessa viagem é que podemos entender de fato o que é isso. É aquela coisa mesmo, de letra de música, em que quando as pessoas falam, a gente até torce a boca, como se aquilo que foi dito pudesse ser questionado.

No ano passado, lendo um livro - coisa que tem sido muito difícil depois de ser mãe, antes eu lia três ou quatro em um ano, agora leio um e olhe lá! - em um trecho, a personagem descobre que sua filha, uma menina, tem um diagnóstico suspeito de leucemia. E nesse momento, ela pensa na loucura que é se tornar mãe. Sim, porque perder um filho é praticamente perder a própria vida e ter que continuar viva. Foi dessa forma que ela resumiu o que estava sentindo. 

Caramba, lendo essa reflexão, eu respirei fundo. É verdade... Só de ver narizes entupidos, falta de apetite, expressões de dor, lágrimas e outros sintomas de "sofrimento", meu coração dói... Isso realmente é muito louco. Ser mãe é uma viagem muito louca. E a gente escolhe, né?! A gente escolhe deixar de viver apenas as nossas vidas para gerar e cuidar de outra pessoa... 

E a gente repete isso! Mesmo sabendo como é! Porque a gente aprende esse amor e é ele que a gente quer sentir em dobro, às vezes em triplo!!! Porque esse amor dá sentido à vida. Porque se antes eu saía para trabalhar com um objetivo, depois deles, são outros... Não sou apenas eu mesma. Sou eu e mais dois. E isso me completa. Isso me faz viver muito mais feliz do que antes. Deve ser por isso que eu não lembro.

E hoje, recebi um texto de uma amiga que expressa exatamente isso tudo, quero dividir com vocês:

"Um filho...
Ele é o nó no meu cabelo.
O esmalte descascado na minha unha...
As olheiras no meu rosto.
Ele é o brinquedo na gaveta de roupas, o amassado nas páginas do meu livro, o rasgado no meu caderno de anotações.
Ele é o melado no controle remorto, o canal de televisão, o filme no dvd.
Ele é o farelo no sofá.
As tesouras no alto.
Ele é o backup no computador, o mouse escondido, as cadeiras longe da janela.
Ele é a marca de mão nos vidros, o desfiado nos tecidos.
Ele é o ventilador desligado, a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
Ele é o coque na minha cabeça, o amarrotado nas roupas, as frutas fora da fruteira, os panos de prato amarrando os armários.
Ele é o meu shampoo cheio de água, a espuma no chão do banheiro, o brinquedo na privada.
Ele é o interruptor nas tomadas.
Ele é o peixe no aquário, a árvore de Natal, os "pisca-pisca" de todas as casas.
Ele é o círculo, o susto.
A primeira visão da lua no começo da noite.
O valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
Ele é o aperto no meu peito diante de uma escada, a ausência de sono diante de uma febre.
Ele é o meu impulso, o meu reflexo, a minha velocidade.
O cheirinho no meu travesseiro, o barulho, a metade, o azul.
Ele é o vazio triste no silêncio de dormir, o meu sono leve durante a noite.
Ele é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
A minha pressa de levantar da cama, a minha espera de bom dia.
Ele é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
Ele é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu respeito pelas pessoas, o meu amor por Deus.
É o meu ontem, o meu hoje, o meu amanhã.
Ele é a vontade, a inspiração, a poesia.
A lição, o dever.
Ele é a presença, a surpresa, a esperança.
A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e mais bonito.
A minha vida".
(autor desconhecido)

Obrigada, meus filhos, por me ensinarem o verdadeiro sentido da vida. E um feliz dia das mães para todas as mamães!




Recalculando Rota*

A ideia de escrever esse texto surge de uma necessidade absurda de expressar a minha gratidão. Sim, esse é o sentimento mais marcante dessa...