segunda-feira, 25 de março de 2013

Post comemorativo: Pedro e seus encantos!

Estou tão feliz com a repercussão da nossa matéria no jornal da manhã... Foi lindo, foi mágico estar com as minhas amigas e nossos filhotes em uma noite no meio da semana... Amei! Além disso, conseguimos transmitir com simplicidade do que o amor é capaz.

Mas, estamos chegando ao fim do mês de março, já passamos do dia 21 e ainda temos dois depoimentos! Hoje, a história de Pedro, contada por sua mãe, também minha amiga, Milena.

Pedro é um menino lindo, que envolve qualquer pessoa que o encontre. Ele é surpreendente e encantador! Hoje li uma frase que descreve Milena e seus meninos lindos: “Por trás de uma criança feliz, há sempre uma mãe dedicada”. Sou verdadeiramente encantada e desfruto de cada momento vivido ao lado deles. São literalmente especiais!

“Explicar, o quê?

Quando resolvi ter meu segundo filho, Pedro, este sim foi planejado. Diferente de Guilherme, meu primogênito, que me pegou de surpresa, que me fez antecipar casamento, vida a dois, conciliação trabalho/família, ainda não tinha comprado nosso apartamento, tivemos que alugar um temporariamente, atropelamos várias coisas para enfim receber este que seria o nosso primeiro filho, alguém que mudaria as nossas vidas.

Enfim ele chegou e depois tudo se acalmou, com o tempo, como o mar da ilha de Itaparica onde vivenciei minha juventude. Lá aprendi que, como o mar, a vida tem ondas curtas e longas, maré agitada, ondas altas, mas depois como que por encanto a maré baixa, momentos de calmaria e depois a maré é alta novamente.

Como o mar, nossa vida também está sujeita a marés altas e baixas, ondas que nos derrubam, águas que nos refrescam, que nos fazem acreditar que diante da imensidão do mar somos tão pequeninos, mas valentes quando sabemos atravessá-lo.

Mas, voltando a Pedro... Quando decidi engravidar pela segunda vez, já com minha vida estabilizada e organizada, pensei em dar um companheiro ou companheira para Guilherme, que já estava com três anos. A primeira providência foi mudar meu plano de saúde, já tinha feito isso com um ano de antecedência já que precisaria atingir a carência e minha médica não atendia o plano que eu tinha na época por este motivo ela não fez o parto de Gui, mas o do meu segundo filho eu queria ela. Feito isso parei de ingerir o contraceptivo e aguardei.

A partir daí, comecei a ter sinais de revelação em minha vida que com certeza eram Sinais de Deus:

1º sinal: Durante a gravidez, ainda sem saber que estava grávida, a professora de caratê de Gui me perguntou se eu estava grávida? Respondi que não, pois não sabia. Daí ela me disse que Guilherme disse a ela que eu estava esperando um irmãozinho dele na barriga. Fiquei surpresa com aquela revelação, pois realmente estava grávida, mas ainda não sabia. Logo, tive a confirmação para alegria da família.

Tudo estava indo muito bem até o dia da ultrassonografia da translucência nucal (TN). Neste exame, eu estava sozinha, pois meu esposo estava em Vitória da Conquista a trabalho. A médica detectou algo “errado”. A TN estava alterada e ela não percebia o osso nasal no exame. Neste dia minha médica estava na clínica e veio analisar junto com ela no vídeo a TN. Dali, fomos conversar e essa foi a primeira vez que foi falado da possibilidade da criança ser Down. Minha médica acertou em cheio! Por isso tinha que ser ela. No momento da notícia não sabia o que pensar, chorei, me acalmei, conversamos sobre os seguintes passos e voltei para casa. Aos prantos, liguei para o meu esposo contando o acontecido e ele imediatamente veio para casa me abraçar e ali ficamos horas deitados sem saber o que dizer um ao outro...

Repeti a TN e a mesma alteração foi detectada, fui indicada para fazer a Amniocentese. Decidi fazer, mesmo sabendo que teria o risco 2% de chance de aborto. A minha decisão partiu do princípio de que já que teria um filho “especial” eu queria me preparar para o diagnóstico, saber qual era a alteração genética, me informar, preparar a família, enfim, estar pronta para recebê-lo.

E então, veio o segundo sinal, quando Guilherme acordou certa manhã me dizendo que Papai do Céu contou a ele que o irmão seria um menino e que se chamaria Pedro. Pedro, um dos discípulos de Deus, seu nome significa rocha.

A Amniocentese foi feita e o resultado: síndrome de Down, sexo masculino. As minhas conversas com Deus continuaram, foram inúmeras as perguntas e uma delas era “por que eu tinha tido um filho comum e o outro não?” Será que Deus estava querendo me mostrar alguma coisa?

E então, um dia, minha mãe me convidou para participar de uma corrente de orações e eu percebi que recebia o terceiro sinal. Toda família já sabia do diagnóstico, resolvi ir com minha mãe para a oração e para minha surpresa o nome da corrente era: Os sete passos da vitória de Pedro. Aquilo me tocou profundamente, e estou contando estes passos.

Tive diabete gestacional, mas depois descobri que foi emocional, de quando recebi o diagnóstico, depois que a maré se acalmou, o açúcar voltou ao normal e tudo corria bem até que na 32ª semana de gestação a pressão umbilical começou a alterar e Pedro ficou em constante observação através de ultrassons com Doppler. Minha cirurgia foi marcada três vezes, eu consegui segurar a gestação até 36 semanas, quanto o liquido amniótico deus sinais de vazamento...

Pedro estava bem, tinha feito eco fetal e estava tudo ótimo. Tomei medicamento para amadurecer seu pulmão, e no dia 27/12/2010, nasceu meu segundo príncipe que mamou na sala do parto, que chorou, recebeu apgar 08 e 10, e mesmo tendo nascido prematuro foi para o quarto como toda criança quando nasce sem nenhuma alteração. Para o parto, todos os profissionais já sabiam que nasceria uma criança com SD, então sua chegada foi bem planejada. Dói dias depois, recebi alta e fui direto para o quarto aniversário de Guilherme, ainda cheirando a hospital. Após o nascimento, Pedro foi encaminhado para todas as avaliações e terapias recomendadas.


Mãe dedicada, filho feliz! 

Após o nascimento de Pedro, eu vivia um dilema: deixava o trabalho para cuidar dele e ou continuava trabalhando (12 anos de emprego em uma carreira em ascensão, linda), mas aí quando ainda estava de licença maternidade, resolvi ir para o banco atualizar dados cadastrais e conheci o quarto sinal: o gerente da minha conta (com quem eu nunca tinha tido uma conversa pessoal) me pediu permissão e disse que não sabia o motivo, mas naquele momento tinha batido uma vontade imensa de me dizer algumas coisas, eu permiti que dissesse. Ele olhou para mim e disse que qualquer que fosse a minha decisão, que eu pensasse em primeiro lugar na minha família, pois todo o resto se resolve, mas o que o homem precisa é ter uma família feliz, e, naquele momento, eles precisavam de mim. Saí da agência muito emocionada.

Quando retornei ao trabalho, depois da minha licença e após terminar o período de amamentação, meu chefe me chamou. Ele me parabenizou pelo trabalho feito durante todos os anos e disse que estava me aguardando retornar de licença e que teria uma ótima notícia para mim, me ofereceu mais uma promoção. Dessa vez, o cargo de gerente geral, e com muita alegria eu respondi que estava muito feliz por ele ter me reconhecido, porém naquele momento os meus planos eram outros e deixei para trás tudo aquilo. Como mais uma benção, vivi esse momento.

 Papai orgulhoso e participativo!

Pedro tem um desenvolvimento maravilhoso, já passou por vários especialistas e graças a Deus tem sempre diagnósticos favoráveis a um bom desenvolvimento. Andou com um ano e oito meses, agora tem dois anos e dois meses e tem uma marcha perfeita. Precisa melhorar um pouco mais o equilíbrio, já fala algumas palavras, entende tudo o que lhe falam, responde como sabe: com a cabeça se sim ou não, com seu linguajar. Já faz os movimentos de pular na cama elástica sozinho, sobe escada apoiando no corrimão sozinho. Entrou para a escola regular, está indo muito bem. Come o lanche sozinho. Já está demonstrando a vontade de usar o banheiro, tanto em casa como na escola. Quando quer fazer xixi, tira a fralda e segura o pinto, mas dai até o xixi sai é uma longa história...


Família linda e FELIZ!!!

O que posso dizer é que meus filhos são lindos, que não me arrependo da minha decisão de largar o trabalho por eles. Antes de Pedro completar dois anos, eu já estava trabalhando novamente, agora em um negócio meu, o que me ajuda a dar uma atenção melhor à família. É verdade que ele precisa de uma atenção maior que o filho que não é down, que a maratona é mais dura, mas que tudo isso passa e vale a pena ver meu filho com um desenvolvimento tão bom.

Eu nunca tive vergonha em mostrar Pedro para o mundo, ele é minha fortaleza e eu não conseguiria viver feliz se minha decisão aos três meses de gravidez tivesse sido outra a não ser ter continuado a lhe dar amor e carinho.

Ah sim, os sinais continuaram a acontecer, porque não foram simplesmente sinais, foi Deus falando comigo!"


Irmãos lindos e unidos!
Lindos demais!

2 comentários:

  1. Sempre me emociono com o seus posts.
    Espero ser forte igual a vc. Só peço a Deus que me dê sabedoria para fazer o Luis Felipe muito feliz.

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  2. Linda a historia da Milena e sua linda familia, me identifiquei muito com muita coisa. Tambem recebi uma mensagem quando estava gravida do meu pequeno (mas ainda nao sabia). Sonhei que estava gravida de um menino e ele teria SD. Nessa madrugada acordei meu marido, lhe contei o meu sonho e ficamos conversando ate de manha. Naquele dia fomos trabalhar com o sentimento tranquilo de que se fomos escolhidos para sermos pais especiais, fariamos por merecer. Como a TN e os exames de sangue nao identificaram uma possivel alteracao genetica no bebe, nao fizemos a amnio e so viemos a saber da SD apos o nascimento. Mas quando a medica nos deu a noticia, nosso olhar de cumplicidade nos deu a seguranca de que ja haviamos sido preparados para isso. Adam tem a mesma idade de Pedro, 2 anos e 2 meses, ainda nao anda e nao fala, mas esta no seu caminho, eh nosso filho unico e a coisa mais maravilhosa que Deus nos deu nessa vida.

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