Nossa! São seis anos de blog! Caramba... e lembrar que tudo
começou com a necessidade interna de elaborar os meus sentimentos e
pensamentos. E ganhou uma proporção interessante. Pequena, mas, muito
interessante.
Eu nunca celebrei esse marco, talvez apenas por distração.
Mas, hoje, quando acessei a minha conta, revendo algumas postagens, de imediato
notei que era o mesmo dia (seis anos depois) em que eu decidi começar a
escrever.
Aí lembrei de Marcelo me incentivando a escrever. Ele achava
que seria interessante. E naquele momento foi mesmo. Eu comecei a pesquisar, a
ler muito, a estudar de verdade sobre a síndrome de Down. E escrevi bastante. Acho que mais de uma
postagem por semana. Eu estava de licença maternidade, então, aproveitava os
soninhos de Lucas e escrevia!
E com o passar do tempo, eu notei que não queria escrever apenas
sobre o que era a síndrome de Down e suas peculiaridades. Eu percebi que queria
escrever sobre Lucas, sobre Mateus, sobre a nossa relação, sobre o nosso
contexto. Tudo isso com o objetivo de colaborar com outras famílias e
desmistificar um pouco do sentimento que nós temos a respeito da síndrome.
Porque foi isso que mais se transformou em mim. E foi a convivência com o meu
pequeno que me fez ter um novo olhar sobre todas as pessoas com deficiência. De
fato, é preciso conviver, conhecer melhor para diminuir as distâncias. Foi,
também, quando algumas famílias de outros estados do Brasil começaram a se
aproximar. Com isso, a minha responsabilidade aumentou. Não por cobrança minha, mas porque eu via que, de alguma forma, a gente dava as mãos.
Mas, aí a licença tinha acabado e eu já estava de volta ao
trabalho, com dois filhos pequenos e com um plus que era acompanhar meu pequeno
em suas terapias. Além disso, o blog, as redes sociais, uma cabeça movimentando
em torno de ações que pudessem proporcionar para as pessoas, que não convivem
diretamente com pessoas com deficiência, esse novo olhar. Foi coisa, viu?!
O saldo é muito positivo. Eu me sinto plenamente fortalecida
depois desses seis anos e dessa convivência próxima com as questões
relacionadas às pessoas com deficiência. Sei pouco, ainda estou aprendendo, mas
me sinto forte, de fato, e presente. Participei de ações em uma associação da
cidade, fui membro titular do Conselho Estadual da Pessoa com deficiência (e só
saí em virtude de mudanças profissionais) e junto com as amigas, que esse novo universo me proporcionou, sempre
seguimos criando situações, eventos, exposições, dentre outras ações, em que as pessoas com deficiência sejam vistas da
forma como tem que ser: como pessoas. Todos os dias que me deparo com questões
relacionadas à nomenclatura, a um "não saber como lidar", enxergo uma oportunidade
de trocar ideia e tentar fazer o outro compreender que cada pessoa que está nesse
planeta tem uma missão e que nos cabe respeitar e colaborar naquilo que
pudermos. Todos nós temos as nossas deficiências. Acontece que muitas delas não
estão estampadas em nosso corpo e/ou em nossa cara.
Mas, o que conviver com tudo isso me ensinou de melhor foi que o principal, para além de todas as minhas ações para fora, é que eu preciso estar muito atenta ao que acontece dentro. Dentro da minha casa, com os meus filhos, com a minha família. E como é importante, mais do que tudo, estar plena com eles. De nada adiantaria se eu escrevesse e movimentasse fora, se não estivesse presente dentro. A minha presença em casa é o que verdadeiramente nos torna mais fortes e mais unidos. É assim que deve ser.
Hoje eu escrevo para celebrar esse dia. Porque foi o dia
em que eu resolvi, há seis anos, falar de mim, da minha história e dos meus
filhos para me ajudar, e me senti plenamente feliz quando eu vi que podia ajudar
outras pessoas. Meu sentimento: GRATIDÃO.
Parabéns ao blog! Parabéns pra você que tanto inspira!!!! Beijocas
ResponderExcluirObrigada pelo carinho de sempre, amiga.
ExcluirBeijos.
Vaneska,
ResponderExcluirA palavra para vc hoje é gratidão. Gratidão por tornar os nossos dias mais leve, gratidão por mim deixar ser afetar por essa causa, e por tantas outras que sem dúvidas olharei com ternura, gratidão por mim apoiar nos momentos de dúvida, de mostrar que o luto faz parte da descobertas maravilhosa que teremos a cada conquista, gratidão por sua disponibilidade, gratidão por sua existência e pela de Lucas.
Costumo sempre dizer que Deus não escolhe os mais capacitados ele capacita os seus escolhidos, e vc é uma escolhida dele.
Muito obrigado por ontem, por hoje, e pelo amanhã, é bom saber que tudo será leve,afinal o problema não se chama síndrome down, e sim falta de conhecimento, preconceito e empatia. Por fim, agradeço a Cristo por permitir que a minha família fosse afeta pelo amor.
Heidi, minha flor... fiquei muito emocionada com as suas palavras. Eu que agradeço a confiança que vcs depositaram em mim. E espero conhecer a pequena Maria o mais breve possível!
ExcluirMuitos beijos!