Depois da consulta com Zan, como escrevi no post anterior, ficamos mais seguros e tranquilos com relação aos cuidados e sobre o início da dieta de Lucas. Saímos de lá determinados a procurar Ivalda, uma fonoaudióloga muito conhecida em Salvador e que tem uma experiência fascinante com crianças especiais. Por tudo o que fiquei sabendo, Ivalda é uma profissional exigente, mas muito participativa e orientadora. Tudo o que eu preciso!
Enfim, mesmo mais seguros, havia algo que provavelmente não nos deixaria ter o melhor dos sonos naquela noite... O Zan ficou preocupado com o coração... Isso realmente me deixou apreensiva. Fomos dormir bem tarde, porque Mateus estava ansioso a nossa espera e ficou ainda mais elétrico depois que nos reencontrou, então, história vai, história vem, conversa vai, conversa vem, e coça aqui, coça nas costas, faz carinho papai... Depois de algum (longo) tempo, ele dormiu e nós fomos dormir também.
Acordamos bem cedo e ligamos para a clínica que o Zan tinha nos indicado, mas a médica que ele recomendou estava viajando. O dr. Gustavo nos atenderia então. Tudo marcado para às 11:30. Fomos todos juntos, eu, Celo, Mateus, Luquinhas, meus pais e minha dinda (que mora em Sampa e é médica, então pedi que nos acompanhasse inclusive nos exames).
Chegamos no horário e não demoramos para ser atendidos. Meus pais ficaram com Mateus na sala de espera e eu e Celo entramos com Luquinhas, na companhia de minha tia Lú.
O médico, muito simpático, educado e cortês foi muito legal. Se comunicou com Lucas, brincou um pouco com ele antes do exame e seguiu com o ecocardiograma. Durante o exame, em alguns momentos ele nos mostrava e explicava o que estava acontecendo. Nos mostrou a CIV (segundo ele é uma só) e a CIA (bem pequenininha) - expliquei um pouco sobre isso no post sobre cardiopatias congênitas.
Depois de um bom tempo examinando meu pequeno, o dr. Gustavo finalizou o eco e veio nos explicar tudo como se nada soubéssemos. Ele confirmou muitas coisas que a médica daqui de Salvador já havia nos explicado, porém, nos contou que a CIV está posicionada bem próxima à válvula mitral e o que isso significa? Bem, como eu já contei anteriormente, muitas dessas comunicações se fecham fisiologicamente com o tempo e era essa a nossa esperança, mas segundo ele, nessa posição é um pouco mais difícil fechar (arrasada) e a possibilidade de intervenção cirúrgica é bem maior do que eu imaginava. E mais: ele recomenda que uma cirurgia desse porte (muito comum nas pessoas com a síndrome) seja feita antes da criança completar um ano, por causa da recuperação, da passividade e aceitação com os aparelhos, agulhas etc (realmente não consigo imaginar Mateus quieto depois de uma cirurgia, acho que ele arrancaria as agulhas e ficaria bem agitado e descontente). Ele não afirmou que teremos que fazer a cirurgia, mas foi bem insistente em lembrar que Lucas precisa de acompanhamento periódico e de medicamentos (porque o fluxo de sangue que passa para o pulmão está um pouco maior do que deveria e isso pode comprometer a qualidade de vida dele).
Eu realmente não estava esperando por isso. Vocês devem estar se perguntando: e essa médica não viu isso? Bom, para ser bem sincera, não sei. Nos meus primeiros momentos com Lucas eu tinha que absorver tantas informações que em alguns momentos minha mente apagava. Principalmente quando se tratava de alguma notícia desagradável (e essa é uma notícia desagradável). Por isso, agora no dia 23 de novembro teremos mais uma consulta com ela e vamos lá pedir que ela nos explique mais uma vez e contar como foi essa visita à São Paulo. Seja lá o que Deus quiser (pode ser que a gente mexa um pouco com os brios dela, né?!).
Enfim, estou sim preocupada, ansiosa, chorei mais um pouco e ainda choro quando penso nisso, mas racionalizei: preciso estar com os meus pés no chão para ajudar meu filho. Preciso ser forte porque sei que ele confia em mim e que precisa da minha serenidade ainda mais nesse momento. Então, pedindo muito a Deus que cuide e proteja o meu filhote, aqui estou eu (estamos nós) partindo para mais uma batalha. Eu já sabia que não seria fácil. Mas com amor, tudo ficará bem e meu Luquinhas também... Deus está no comando.
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