Arroz, ferro, mamão... Essas
foram as primeiras restrições alimentares as quais fomos apresentados, ainda na
primeira consulta com Dr. Zan, em outubro de 2011!Mas, esperem! Eu acabei
escrevendo aqui que crianças com síndrome de Down não podiam comer tais
alimentos... E tantas mães ficaram preocupadas porque os ofereciam aos seus
filhos.
Eu mesma, por iniciativa própria, aos seis meses de Lucas, introduzi o
mamão. Exatamente como fiz com Mateus. E o ferro? Todo pediatra receita ferro
quando o bebê deixa de ser alimentado somente com o leite materno. E arroz?
Alimento que faz parte da rotina da maioria das mesas brasileiras...É isso... Eu escrevi e
simplesmente sumi! E essa foi uma atitude extremamente irresponsável minha.
Algumas mães até hoje me perguntam sobre isso...
Vou tentar explicar aqui, mas não
deixem de considerar que cada pessoa tem uma reação diferente, independente do
número de cromossomos! É importante conversar com os especialistas e analisar cada caso individualmente.
Sobre o mamão, Dr. Zan não me
trouxe nenhuma explicação teórica. Eu levei a queixa de que Lucas estava mais
constipado (situação comum em crianças com sd por causa da hipotonia) do que antes e de imediato ele me perguntou se Lucas comia mamão. Eu
respondi afirmativamente e ele me mandou suspender. Disse que não tinha uma
explicação exata, mas que em ALGUMAS crianças com síndrome de Down, o mamão
tinha um efeito reverso... Depois disso, algumas mães baianas que estiveram com
o médico me relataram o mesmo problema. E, de fato, Lucas melhorou depois que
eu excluí o mamão da dieta dele. Até hoje não come (e nem quer!).
Já o arroz também não é um
alimento proibido... Eu de fato não dou arroz para Lucas, porque como ele não
se adaptou, nós priorizamos legumes e verduras... A situação é a seguinte: segundo
especialistas, o arroz atrapalha a absorção do zinco pelo organismo, que é um
mineral importante na prevenção do envelhecimento precoce. Por isso, o arroz pode ser consumido sim, mas deve-se
evitar consumir junto com alimentos ricos em zinco (alguns tipos de peixe, por
exemplo). Mas, como diante das dúvidas, não sabíamos exatamente como proceder,
extinguimos o arroz da alimentação de Lucas, considerando que em valor
nutricional, pouca falta ele faria, já que oferecíamos outros alimentos ricos
em fibras, por exemplo.O resultado disso é que Lucas não
faz a mínima questão de comer arroz!
Mas, e aí, Vaneska, o que é que Lucas
come? Lucas tem uma alimentação bem organizada, mas é bem resistente a novos
alimentos. Não gosta de frutas, mas ama sucos de frutas, então nós apostamos
nisso. No lanche da escola, normalmente mandamos alguns biscoitos (nada de
recheados) naturais, iogurtes, excepcionalmente bolo, pãezinhos, biscoito
avoador. E sempre a garrafa com suco. Fruta somente no lanche coletivo, porque
com a turma ele se arrisca! No almoço (e repetindo na janta) Lucas come feijão,
legumes cozidos no vapor, purês (abóbora, batata, banana da terra,
alternadamente) e uma proteína (peixe três vezes na semana). De manhã, antes de
ir para a escola, tanto ele quanto Mateus gostam de vitamina de banana. É o único
momento que consome leite (e sem lactose), mesmo sem nenhuma intolerância ou
alergia diagnosticada. Ah, também oferecemos oleaginosas diariamente. E mesmo
que ele negue as frutas, elas são oferecidas também. Aproveitando a presença do
irmão que, em alguns momentos, ajuda muito!
Sobre o ferro, naquela época (Lucas tinha seis meses) e considerando os resultados dos exames, dr. Zan não indicou, mas, confesso que não lembro o motivo exato. Lembro dele ter dito que não era indicado. Hoje penso que pode ter sido apenas devido aos resultados de seus exames, todos normais. Porque não acredito que ele desaconselhasse a suplementação no caso de uma criança com anemia, por exemplo. Prometo que da próxima vez que o encontrar, conversarei melhor sobre o assunto.
A gente tenta proporcionar uma
alimentação saudável em casa que é seguida por todos. Acreditamos que ela é a
base de um bom desenvolvimento físico e cognitivo. Tudo com leveza, sem
rigidez.
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