sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Feliz 2014!

Parece que foi ontem que eu escrevi aqui me despedindo de 2012! E já se passaram doze meses...

E 2013 foi um ano intenso, repleto de descobertas e conquistas. E, apesar de tantas mudanças que ainda estão se adequando em nossas vidas, o saldo, mais uma vez, foi positivo! É sim, como bem escreveu a minha amiga Ana, com grandes responsabilidades, ganhamos grandes poderes. E eu termino o ano de 2013 me sentindo ainda mais poderosa!

No início deste ano que está se despedindo, vibramos com uma conquista muito especial que foi ver “mêlouro” livre, leve e solto caminhando com alegria e descontração. Em pouco tempo, tantas outras coisas foram se mostrando... Apesar de não se comunicar através da fala, Lucas se comunica com o mundo de um modo muito particular. Ainda contamos, em apenas uma mão, as palavras que o pequeno pronuncia, mas com paciência, aguardamos para ver o rapaz soltando a língua! O cérebro está muito bem alimentado e ele “diz” para todos o que quer!

Além disso, o nosso primogênito vem nos presenteando com suas habilidades e dons que vão se demonstrando a cada dia... Mateus cresceu... Espichou! Está lindo, falante e muito, muito negociador. Com uma energia contagiante.

Meus filhos são felizes e isso me faz tão bem... São felizes porque vivem uma rotina bem organizada (apesar da correria dos pais, não deixamos que eles respirem agonia!), vivem em um lar de harmonia, verdade e sinceridade. Vivem em um lar de respeito e cumplicidade. Isso é meu chão... Minha raiz.

E, mesmo com toda a intensidade, eu consegui, sim, momentos meus! Momentos com as minhas amigas, momentos com o meu amor, momentos em família, momentos para mim... Mesmo que tivesse que levantar às cinco da manhã para malhar... E é tão bom...

Ah... Como eu poderia esquecer... 2013 foi realmente um ano de muitas conquistas... Eu resolvi realizar um sonho especial. E o que me motivou foram as aulas de musicalização dos meus pequenos. Eu comecei a estudar violão. E mesmo com todas as dificuldades logísticas, essa tem sido a minha melhor terapia. Eu agradeço a um professor especial, dedicado e muito paciente!

E estou disposta a acolher as novidades que o ano de 2014 anuncia. Em breve, Mateus iniciará em uma nova escola e levará alguém com ele – será o primeiro ano escolar de Lucas.

E, assim, me despeço do cansaço de 2013, porque sei que em poucos dias estarei renovada e pronta para acordar em uma nova realidade. Feliz ano novo para todos! De presente para vocês, um belo texto de um escritor indescritível...

“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.

Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada.

Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente desejo a você. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo à sua felicidade!”

Carlos Drummond Andrade

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Adeus 2013...

O segundo semestre desse ano não foi brincadeira para mim... Já mencionei aqui o quanto eu me senti cansada e consumida por minha rotina nada fácil...

Neste segundo semestre, Lucas iniciou as sessões semanais de terapia ocupacional e ainda por cima investigamos uma possibilidade (concreta) de cirurgia que foi realizada no início de novembro - apesar de simples, foi muito cansativo, intenso e doloroso - aliado àquela sensação de impotência que nos acomete nesses casos.

Para quem não sabe, Lucas foi submetido a duas cirurgias simultâneas - orquidopexia e postectomia - que são o reposicionamento dos testículos e a fimose. Sim, são cirurgias simples, mas nem por isso são fáceis... Acho até que a cirurgia em si, para a equipe médica, é bem tranquila, problema mesmo é o pós-cirúrgico, ainda mais se tratando de uma criança que é quase um bebê - não fala ainda; não sabe como expressar as emoções. Além disso, tivemos que viver uma passagem de sonda muito sofrida. Enfim, cada xixi era uma dor enorme durante os primeiros dias. Precisei ficar uma semana em casa como ele, não consegui deixá-lo longe dos meus cuidados. "Mêlouro" sofreu tadinho... O importante é que tudo passou e que meu pequeno está de pintinho novo e com os testículos no lugar de onde nunca deveriam ter saído!

Naqueles dias, Mateus ficou muito curioso, cuidadoso e compadecido da dor do irmão. Ficou também muito assustado com a visão da região operada - ficou horrível de inchado! Ah, e não me deixava lavar o pinto dele de jeito nenhum! Certo dia, conversando, ele me questionou "Mãe, porque você deixou fazerem isso no pintinho de Lulu?", ao que eu prontamente respondo, explicando os motivos do irmão ter vivido aquela agonia. E ele, finaliza: "Poxa, mamãe, mas o pintinho dele era tão bonitinho"... Ai, não sabia se ria ou se chorava... Agora, o pinto de Lucas, como eu já disse, está ótimo e Mateus está despreocupado!

Passada a cirurgia e levando em consideração tanto cansaço, já tínhamos programado uma visita à São Paulo para encontrar Dr. Zan, como temos feito anualmente e de lá partimos para uma aventura (maravilhosa) em Gramado para conhecer o Natal Luz. Foram seis dias de muita distração, diversão e muito trabalho com a criançada que adorou ver de perto toda aquela magia, aquelas luzes e tantas novidades. Foi muito bom e, apesar de toda a canseira, adorei aproveitar aqueles dias com meus amores. Além do mais, eu amei conhecer Gramado em 2005 (num outro contexto - lua de mel) e era louca para ver a decoração de Natal, as músicas, a comida... Amei! Vou escrever em posts específicos um pouco sobre a viagem e sobre a consulta com Zan que foi muito boa também.

Mas, 2013 está indo embora, hoje é véspera de Natal e, engraçado, estou com uma sensação diferente de todos os anos. Estou vivendo de uma maneira mais serena, sem correria de ceias, sem pensar em como será a noite, esperando todas as histórias que irei ouvir e contar mais tarde. Acho que isso é um sinal de que 2014 promete... E eu bem sei disso, porque muitos planos estão se desenhando e serão concretizados em breve, muitos projetos bacanas (que serão devidamente divulgados aqui) e uma sensação de que o ano que chega me fará, de verdade, soltar as amarras e me libertar de muitas pressões internas!

Desejo para todos um Natal repleto de amor, que o nascimento de Jesus nos inspire a valorizar  mais as nossas famílias, os nossos amigos, a nós mesmos e a exercitar o nosso amor-próprio, o amor ao próximo, a amizade, a caridade e a doação.

E que em 2014, a gente continue lutando por um mundo mais unido, mais igual, mais humano em que as diferenças sejam respeitadas e aceitas por todos nós. Feliz Natal e Feliz Ano Novo para você!!!




segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Será que sou mesmo uma mãe especial?

Desde o início, quando pensava em escrever, e depois de ter passado algumas vezes, pelas mesmas situações que vocês lerão abaixo, pensava em qual seria o nome do meu blog. Aí surgiu a ideia do "maternidade especial", porque como sou mãe de dois meninos lindos que me enchem de alegria, e apesar do meu segundo filho ser descrito por muitos como "especial", para mim, de fato os dois o são... E depois deles em minha vida, com todas as suas delícias e dores, eu posso garantir que nada é mais especial do que ser mãe...

Aí, na semana passada, facebookeando, li um texto encantador... Foi tão lindo, senti como se alguém traduzisse os meus sentimentos e sensações em tantas situações... Eu tinha que pedir à autora do texto que me deixasse postar aqui, porque eu tenho certeza de que muitas de nós, mães, sentimos as mesmas coisas. Muito gentilmente, ela me permitiu e eu copio aqui um texto que é mais do que um texto, é uma declaração de amor de uma mãe apaixonada, Ana, minha amiga virtual, mais do que especial, para o seu filho, Mateus, um rapaz lindo demais. Isso sim, é especial. Obrigada, Ana.

“Filhos especiais vêm para pais especiais. Esta é, de longe, a frase que mais tenho escutado desde o nascimento de Mateus. Sempre dita com muito carinho pelos amigos ou com a melhor das intenções por desconhecidos.

Mas, desde o primeiro momento, me recuso a concordar com ela. Assim como não quero e não vou me sentir por baixo por ter um filho Down, também não acho que devo me sentir por cima. Não sou melhor do que nenhuma de minhas amigas, parentes ou conhecidas que tiveram filhos típicos. Mas, agora também já desisti da argumentação. Agora, escuto a frase, agradeço e me calo. Porque a minha resposta só piorava a situação. Só fazia as pessoas insistirem na teoria de que realmente sou uma mãe especial. Afinal, além de tudo, ainda sou humilde. E tome exaltação à minha coragem, minha força e minha dedicação ao Mateus. Muito obrigada. Mas, também insisto: nada disso me faz melhor do que ninguém.

Fico pensando em todas as mães que conheço e acredito piamente que a grande maioria delas sentiria e agiria exatamente como eu. Também passariam pelo susto, pela tristeza da perda do filho perfeito tão sonhado e, em seguida, pela aceitação e pela busca do melhor para o pequeno. Tudo isso permeado por muito amor, mas também por muita insegurança.

É mais ou menos como nos filmes de super heróis. Tudo bem que, para quem está dizendo que não se acha especial, esta não é uma boa comparação. Mas, vamos lá. Você vai entender o raciocínio. Nos filmes, quase sempre é assim: o herói só descobre seus superpoderes na hora do aperto. Ele está lá com seu poder de voar ou com sua super força, mas levando uma vida normal. Até que alguma situação extrema acontece. A mocinha fica presa em um carro pegando fogo, uma criança está prestes a ser atropelada ou um parente é cercado por ladrões. E aí, de repente, ele percebe que pode levantar carros ou voar para o outro lado do país em segundos.

No filme do Homem aranha, o tio dele diz: “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”. A frase ficou famosa. No caso de quem tem um filho Down ou com qualquer outra dificuldade, o raciocínio se inverte: com grandes responsabilidades, vêm grandes poderes. Você se descobre capaz de fazer coisas que nunca imaginou. Minha vida totalmente livre, dividida entre carreira e noites super animadas em festas e happy hours, acabou. Mas, seria muito injusto colocar esse peso nas costas do Mateus. A carreira já tinha dado uma guinada antes dele chegar. Mudanças aconteceram, uma empresa não se saiu tão bem quanto o planejado. A badalação também já tinha dado o que tinha que dar. Aproveitei demais enquanto durou e poderia até ter voltado a ela, mas, realmente faltou vontade. Faltou vontade de abrir mão de uma noite como tantas outras. Se não corri atrás de retornar este estilo de vida, garanto que não foi pelo bem do Mateus. Foi pelo meu próprio bem. Muito mais uma demonstração de egoísmo que de altruísmo. Me sinto melhor ficando perto dele. Me faz bem ser a pessoa mais importante para ele ao invés de ser apenas mais uma dentro da empresa ou na mesa do bar. E, quando dá muita saudade de um papo regado a uns vinhozinhos e cigarrinhos, sempre posso convidar uma amiga para vir em casa. Para que eu possa relembrar um pouco da velha Ana sem desgrudar o olho da babá eletrônica, sem deixar de estar disponível para um possível chorinho noturno e, mais importante, sem dormir tão tarde. Porque às seis da manhã, o "pixuxu" está acordado esperando por mim com aquele sorriso que, este sim, até me faz acreditar que sou especial”.

Recalculando Rota*

A ideia de escrever esse texto surge de uma necessidade absurda de expressar a minha gratidão. Sim, esse é o sentimento mais marcante dessa...