Porque ser mãe não é uma escolha simples. Mas, quando a gente escolhe, nem imagina isso. Não! A gente não faz ideia do que vai sentir... É algo inexplicável... Sem medidas, incondicional. Mas, falar assim não explica também. Só vivendo... Só embarcando nessa viagem é que podemos entender de fato o que é isso. É aquela coisa mesmo, de letra de música, em que quando as pessoas falam, a gente até torce a boca, como se aquilo que foi dito pudesse ser questionado.
No ano passado, lendo um livro - coisa que tem sido muito difícil depois de ser mãe, antes eu lia três ou quatro em um ano, agora leio um e olhe lá! - em um trecho, a personagem descobre que sua filha, uma menina, tem um diagnóstico suspeito de leucemia. E nesse momento, ela pensa na loucura que é se tornar mãe. Sim, porque perder um filho é praticamente perder a própria vida e ter que continuar viva. Foi dessa forma que ela resumiu o que estava sentindo.
Caramba, lendo essa reflexão, eu respirei fundo. É verdade... Só de ver narizes entupidos, falta de apetite, expressões de dor, lágrimas e outros sintomas de "sofrimento", meu coração dói... Isso realmente é muito louco. Ser mãe é uma viagem muito louca. E a gente escolhe, né?! A gente escolhe deixar de viver apenas as nossas vidas para gerar e cuidar de outra pessoa...
E a gente repete isso! Mesmo sabendo como é! Porque a gente aprende esse amor e é ele que a gente quer sentir em dobro, às vezes em triplo!!! Porque esse amor dá sentido à vida. Porque se antes eu saía para trabalhar com um objetivo, depois deles, são outros... Não sou apenas eu mesma. Sou eu e mais dois. E isso me completa. Isso me faz viver muito mais feliz do que antes. Deve ser por isso que eu não lembro.
E hoje, recebi um texto de uma amiga que expressa exatamente isso tudo, quero dividir com vocês:
"Um filho...
Ele é o nó no meu cabelo.
O esmalte descascado na minha unha...
As olheiras no meu rosto.
Ele é o brinquedo na gaveta de roupas, o amassado nas páginas do meu livro, o rasgado no meu caderno de anotações.
Ele é o melado no controle remorto, o canal de televisão, o filme no dvd.
Ele é o farelo no sofá.
As tesouras no alto.
Ele é o backup no computador, o mouse escondido, as cadeiras longe da janela.
Ele é a marca de mão nos vidros, o desfiado nos tecidos.
Ele é o ventilador desligado, a porta do banheiro fechada, a gaveta da cômoda aberta.
Ele é o coque na minha cabeça, o amarrotado nas roupas, as frutas fora da fruteira, os panos de prato amarrando os armários.
Ele é o meu shampoo cheio de água, a espuma no chão do banheiro, o brinquedo na privada.
Ele é o interruptor nas tomadas.
Ele é o peixe no aquário, a árvore de Natal, os "pisca-pisca" de todas as casas.
Ele é o círculo, o susto.
A primeira visão da lua no começo da noite.
O valor do trabalho, a vontade de aprender, a minha força, a minha fraqueza, a minha riqueza.
Ele é o aperto no meu peito diante de uma escada, a ausência de sono diante de uma febre.
Ele é o meu impulso, o meu reflexo, a minha velocidade.
O cheirinho no meu travesseiro, o barulho, a metade, o azul.
Ele é o vazio triste no silêncio de dormir, o meu sono leve durante a noite.
Ele é o meu ouvido aguçado enquanto durmo.
A minha pressa de levantar da cama, a minha espera de bom dia.
Ele é o arrepio quando me chama, a paz quando me abraça, a emoção quando me olha.
Ele é meu cuidado, a minha fé, o meu interesse pela vida, a minha admiração pelas crianças, o meu respeito pelas pessoas, o meu amor por Deus.
É o meu ontem, o meu hoje, o meu amanhã.
Ele é a vontade, a inspiração, a poesia.
A lição, o dever.
Ele é a presença, a surpresa, a esperança.
A minha dedicação.
A minha oração.
A minha gratidão.
O meu amor mais puro e mais bonito.
A minha vida".
(autor desconhecido)
Obrigada, meus filhos, por me ensinarem o verdadeiro sentido da vida. E um feliz dia das mães para todas as mamães!